quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Filme em destaque: PRELÚDIO PARA MATAR


Eu não era tão fã do Argento. Achava seus filmes over demais e não entendia o que diabos viram de tão interessante em obras como "O pássaro das plumas de cristal" e, principalmente, "Phenomena". Até então, os filmes do italiano eram sinônimo de trilhas mal escolhidas e cenas histéricas apoiadas por diálogos podres, dignos dos piores momentos de "A turma do Didi". Eu não via horror, mistério, thriller ou algo do tipo.

Ai veio "Suspiria". Pensei "eita porra, ai tem um negócio foda!". A história continuava tosca, os diálogos também, mas havia um poder na imagem, uma força escondida ali naqueles quadros, naquelas cores e no aspecto surrealista que me pegou de jeito. O filme parecia um sonho ruim, um pesadelo. As cenas ficaram na cabeça.

Quando assisti a primeira cena de "Prelúdio para matar" eu vi a luz. Ou melhor, vi a composição, as cores, o plano escolhido, as sombras. A música! Sim, havia coisa melhor que "Suspiria", pensei. E ai o filme foi passando, as coisas foram acontecendo e, quando dei por mim, notei que estava sendo estuprado cinematograficamente, a 24 quadros por segundo. Tudo o que era ruim, tosco e grosseiro nos filmes do Argento estava funcionando perfeitamente, fazendo as bases para a construção de uma obra que desafia, cheia de camadas de mistério e interesse. O assassino importa tanto quanto o aparato utilizado para mostrar os assassinatos, a investigação. Coisa do outro mundo.

Continuo odiando com todas as minhas forças "Phenomena", mas "Prelúdio para matar" é uma aula de como fazer Cinema.



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