terça-feira, 3 de novembro de 2009

Filme em destaque: CURE

"O japonês Kurosawa tem nome de mestre e faz filme de terror onde menos é mais. Mesmo tendo sido feito três anos atrás, o filme de horror “Cure” de Kiyoshi Kurosawa talvez se torne um dos melhores lançamentos do ano. Melhor não no sentido Oscar, nem à moda dos filmes de arte estrangeiros ou naquilo que os autores independentes cansam de buscar. “Cure” viaja num caminho diferente - o caminho por onde passeiam Fritz Lang ou Edgar Allan Poe. No mundo de Kurosawa, ninguém está a salvo, muito menos seu protagonista. Takabe (Koji Yakusho de “Dança Comigo?”), um policial de Tóquio, começa a temer objetos do dia-a-dia como um copo de água, um isqueiro ou uma lavadora de louça, e o público embarca junto. O público também começa a questionar a força do próprio limite moral (embora isto só aconteça depois da saída do cinema). E finalmente, Kurosawa aponta a diferença entre filmes de terror confortáveis e os desconfortáveis, categoria a qual “Cure” pertence. (Eduardo Cerqueira)"


indieWIRE >> Você disse que considera “Cure” seu primeiro filme “real”, mesmo tendo feito dez filmes ou mais antes.

Kiyoshi Kurosawa >> Não disse que “Cure” era meu primeiro filme “real”, mas que ele foi o primeiro dos meus filmes que me permitiu viajar, e me fez perceber que meu trabalho era uma moeda internacional que podia ser compreendida e apreciada por pessoas fora do Japão. Antes de “Cure”, mesmo com orçamentos limitados e atores japoneses, eu falhava ao tentar fazer filmes tipo Hollywood. Mas ao fazer “Cure”, percebi que poderia fazer meu próprio tipo de filme, feito no Japão e sem imitar os filmes hollywoodianos.

iW >> Você acha que o grande público americano e possivelmente o japonês são muito limitados e que é inútil tentar agradá-los?

Kurosawa >> A maioria do público de cinema japonês prefere filmes de Hollywood ou assistir dramas na TV, uma atitude bastante passiva em relação ao cinema. Mas começo a perceber, no Japão e no resto do mundo, que existem pessoas que realmente desejam ter uma relação mais ativa com os filmes que vêem. Eles observam tudo, inclusive os pequenos detalhes e se esforçam para ter seu próprio entendimento do filme. É para essas pessoas que eu faço meus filmes.

O resto da entrevista você pode ver no Zeta Filmes

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